quinta-feira, 22 de abril de 2010

Último Poema

(originalmente publicado em)
Itabuna, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

Último Poema

Quero cantar a Felicidade
Dedicar meus versos ao Amor
Esquecer que escrevo a Maldade
Olvidar a apologia à Dor.
Sinto em mim uma tristeza,
Não a quero descrever.
Como é possível enxergar a beleza
No que tanto me faz sofrer?
Que me venha, incontinenti, a Paz!
Desta, um lindo retrato farei,
Desprezando toda amargura que jaz,
Nas linhas infindas que escreverei.
Não posso, em palavras, imortalizar
O Tormento, o Ódio, ou a Agonia.
Doravante, apenas homenagear
O Belo, a Pureza, a eterna Alegria.
Que se rasguem as páginas amargas!
Morra, triste Musa da Inspiração!
Calem-se as palavras duras, de mágoas -
Corpos, cujas almas jamais descansarão.
Não quero cantar meu Sofrimento
Apenas de gozo hei de viver.
Porém, Musa, se tu morres, lamento
Por nunca mais ter o que escrever.

Itabuna, 28/10/2003
Gustavo Carneiro de Oliveira

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