Distância (Ou Soneto a Um Enfermo)
Se pudesse estar agora ao teu lado
Diria a ti que não te preocupasses
Com um ligeiro beijo em tua face,
Mostrar-te-ia o quanto és amado.
Oxalá agora eu pudesse embalar-te
E, contigo nos meus braços, te diria:
"Cerra os olhos! Foge da noite tão fria!"
Ah! Se eu pudesse... Se eu pudesse, destarte...
Entretanto, te guarda o maldito Dragão
Em cujo fogo não temo perecer
'Inda que a peleja destrua minha espada
Valeria a barganha se a mim fosse dada
A chance derradeira para te ter
E em meu último instante, segurar tua mão.
Gustavo Carneiro de Oliveira.
Rio, 15.05.2008
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