sexta-feira, 23 de abril de 2010

Soneto de Desesperança

(originalmente publicado em)
Valença, domingo, 21 de janeiro de 2007

Soneto de Desesperança

Do mais tenro vigor, a decrepitude,
Em triunfais trombetas se anuncia,
Fazendo descer a noite onde foi dia!
Encerra-te a ti mesmo em ataúde!

Eis que teu sonho partiu tão amiúde...
Perdeu-se no espaço a tua fantasia!
Tua inércia é tua própria anestesia
À desgraça de não ter magnitude.

Olhos mortiços, repletos de amargura
Não mais enxergam esperança futura...
Saudosos do passado... Tudo é ausência!

Teu corpo noctâmbulo ainda perdura
Sem alma a preencher-te! Oh, agrura!
Não mais vives: insistes na existência.

Gustavo Carneiro de Oliveira
Valença, 20.01.2007

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