sexta-feira, 23 de abril de 2010

A noite se apressa...

(originalmente publicado em)
Salvador, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Salvador, 28 de fevereiro de 2007.
01:25, madrugada.

A noite se apressa e corre longe, como se ao diminuir minhas horas de sono, impedisse-me de sonhar. Mas ingênua, não percebe quantas horas do dia os sonhos dançam à minha frente, quando meus olhos estão bem abertos. E durante estes sonhos o que é distante se aproxima com um simples "bip" anunciando a mensagem enrolada dentro da garrafa que navegou, em segundos, tantos mares, para trazer-me algum recado simples. Coisa pequena, como um beijo ou uma boa noite. E desta semente tão diminuta brotará a imensa árvore do sorriso...
Saudade presente a cada caractere digitado. E a mesma saudade se revela sob forma de um texto, o qual, devido aos avanços tecnológicos, chega às minhas mãos de forma não tão romântica quanto as longas cartas dos antigos jovens enamorados, inspirados nos anseios de Werther, mas não menos envolvente e arrebatadora, após uma fria transferência de arquivo. Ora, pouco importam as formas, os veículos! Se os mesmos sentimentos dos quais Charlotte foi objeto, inserem-se em mim através de uma tela de vidro! E isso me basta!
Basta para que meus olhos pesados se fechem nesta noite que, de modo furtivo, tenta roubar-me os sonhos, e se abram novamente a qualquer hora do dia seguinte, para testemunharem o fracasso desta bela apressada...
E nos meus ouvidos, a voz doce da Sarah Brightman quase não é captada, pois ecoa ainda na minha cabeça seus dizeres tão singelos: "não sei porque, mas eu te quero."

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