quarta-feira, 12 de julho de 2017

Velha Estrada Nova

Velha Estrada Nova

Deixaram de ver quantas belas paisagens
Meus olhos, porque, temente, não te segui?
Caminho vistoso do qual não desisti
Para onde levas? Para quais paragens?

Por insetos, por torrentes e por flores
Foste presenteado pelas estações.
Quantos invernos, primaveras ou verões
Sobre ti não vi lançarem suas cores?

Trilha serpenteia aonde não conheço,
Quiseram retornar até aqui meus pés,
Por tão íngremes encostas, tortuosas

Por tantos escorregões, tantos tropeços...
Não mais te vejo, doravante, de viés,
Sigo adentro, estrada bela e sinuosa.

Rio, 12/07/2017

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Elegia por um ser vivente

Fez-se do vinho novamente água
E do sonho fez-se noite não dormida
Viuvez de ente vivo... Quanta mágoa!
Luto inútil. Tanta falta. Morte em vida.

De longe jaz com olhos não cerrados,
Que restam das lembranças? Que tormentos?
Vulto pálido e sombrio que apavora,
Espectro que chega em pensamento...

Saudades do que foi... Tempos de outrora...
Afasta-me da memória que me traz
Sua morte! Quão soturno em peito meu,

Pesar que ganha corpo, vai-te embora!
Ara a quinta de onde medrará minha paz!
Leva o pranto por alguém que não morreu.

Rio, 07/07/2017