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Valença, sexta-feira, 28 de julho de 2006
O Impossível
I
Jurei a mim mesmo
que eu não choraria.
Todavia, esqueci de avisar
à lágrima que seu caminho
estava interditado.
Jurei a mim mesmo
que não teria saudades.
Mas que tolice é dizer ao coração
para negar sua natureza!
Jurei a mim mesmo
que estaria tudo bem.
Apenas esqueci que juras se quebram
mais facilmente
que bolhas de sabão estouram...
II
Acreditei estar fazendo o melhor
Mas, esquecera que o melhor
não é sinônimo do mais fácil.
Acreditei estar fazendo o necessário
E esquecera que tudo perde a beleza
com a compulsoriedade.
Acreditei estar fazendo justiça
E esquecera que o justo só encontra sua razão de ser
dentro do desequilíbrio.
III
Acreditei! E jurei
que seguiria sempre avante...
Mas havia me esquecido
que não se deve dar crédito
a idéias sem sutentabilidade.
Esqueci ainda quão perigosa é a jura,
quando recai sobre um objeto
que sabe-se impossível.
27.07.2006
Gustavo Carneiro de Oliveira
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