Banquete do Reencontro
Içados copos, a Baco destinados!
Na távola, rodeando, comemora
o encontro, a dádiva... Resgatados
Momentos, lembranças de outrora...
Por cá estar, feliz, agora ri.
Oh! Quão doce é o pretérito saudoso...
Quase um decênio d'antes para aqui
Longos passos do Cronos majestoso
Ontem, jovens perseguiam sonhos
Rapazes e moças de olhos no futuro,
Com as almas ternas e o coração puro,
Traçam rumos, ora belos, ora medonhos
Algumas vezes fez-se a dor presente
E de prantos, fizeram-se olhos baços.
Noutras horas, o júbilo fremente
Traz alívio ao corpo, à alma, do cansaço.
Novos laços, atados a cada dia
Incapazes são, de suplantarem antigos
Como dos dele: Este Grupo de amigos
Que nesta távola, brindam à utopia.
Acredita por momentos no Eterno
O qual, em seu imo, sabe inexistente.
Todavia num desejo inconsciente
Faz promessas para o amanhã fraterno.
Homens e mulheres reunidos
À nostalgia entregues recordam
Quando, de inocência eram munidos
Bons tempos... São hoje, dela órfãos.
Entre risos e suspiros são narradas
Travessuras dos bons tempos de colégio
Saudade daquele tempo egrégio...
Lindas tardes e manhãs rememoradas!
Conquanto, reunido em nostalgia
Lembra o Grupo os nomes não presentes
Uns só vistos quando adolescentes
Cujo destino não se noticia.
Chegará o instante do adeus,
No qual da távola, afastam-se os amigos
Seguindo cada um o caminho seu,
Apenas a saudade irá consigo
E amanhã, talvez nos encontremos
Recordando então o hoje, que demarca
De egressos um encontro - dois extremos:
Pretérito e futuro em mesma barca.
Desfaz-se o Grupo, que agora espera
Novo encontro em menos de dez anos.
Cada qual, de modo leviano
Faz crer no seu amigo esta quimera.
Abracemo-nos, amigos, ternamente!
Pensemos no amanhã que vai chegar...
Partamos, com uma dúvida no ar:
Quando nos veremos novamente?
Gustavo Carneiro de Oliveira
Valença, 12.10.2006
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