Carta ao jurista de amanhã
Havia sonhos.
Não havia comida. Não havia ganhos.
Mas, havia esperança.
O futuro traria a beleza
ausente naquele presente
deixado para trás.
Havia sonhos.
Não havia dinheiro. Pouco importava.
Haveria de vir com o tempo.
Mas, havia anseios.
Aquele futuro fez-se hoje.
E não há mais respeito.
Havia perspectiva.
Havia sonhos.
Hoje, só há papéis.
Pilhas de folhas carimbadas.
Pastas amassadas.
Rascunhos atirados ao lixo.
Atirados ao lixo.
Como o foram os sonhos
que há muito deixaram de existir.
Rio de Janeiro, 07/10/2015.