quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Carta ao jurista de amanhã

Carta ao jurista de amanhã

Havia sonhos.
Não havia comida. Não havia ganhos.
Mas, havia esperança.

O futuro traria a beleza
ausente naquele presente
deixado para trás.

Havia sonhos.
Não havia dinheiro. Pouco importava.
Haveria de vir com o tempo.
Mas, havia anseios.

Aquele futuro fez-se hoje.
E não há mais respeito.

Havia perspectiva.
Havia sonhos.
Hoje, só há papéis.

Pilhas de folhas carimbadas.
Pastas amassadas.
Rascunhos atirados ao lixo.

Atirados ao lixo.
Como o foram os sonhos
que há muito deixaram de existir.

Rio de Janeiro, 07/10/2015.