segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Da abóbora fez-se a carruagem

Qual Cinderela às avessas, anseio
Ouvir da meia-noite as doze badaladas.
Abóbora em carruagem transformada,
Borralho que se encanta em devaneios.

Dedos ágeis, vozes dissonantes
Expressando as paixões das descobertas.
Dos sentidos, fica a porta entreaberta:
Adentra! Anda comigo doravante!

Mas, por que avança a noite se com a aurora
Dormiremos, num adeus de mãos não dadas?
Ansiedade! Esperarei correrem as horas,

Almejando o avançar de mais um dia...
Volta logo, volta logo, madrugada!
Traz o riso que a manhã não permitia.

Rio de Janeiro, 1º de agosto, 2016.