sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Pandemia

Pandemia

É quase como se fosse saudade
Que adoçasse uma lembrança doída...
É doçura em tempo pretérito.
Mas, que dói nas costas
E adoece.

Dor que se confunde com tristeza,
Ternura mesclada na culpa
De não ser infinito.
Extenuado. Cansado. Exangue.
E doente.

Cadê o silêncio? Cadê o breu?
Quando olhou o céu pela última vez
O Sol dormia com Peixes no ocaso.
Procura o silêncio
Que a buzina e a sirene ocultaram
Num porão qualquer de uma polícia violenta.

Até parece que é tristeza.
Até parece que dói.
Até parece saudade.
Até parece que é lembrança!
Mas, é só cansaço...

E que dói nas costas.

Rio, 28 de agosto de 2020.