terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Imersão

Imersão

Nas águas profundas desse mar bravio
Sem temor algum, mergulha de cabeça,
Com a alma despida para que aconteça
Não basta nudez do corpo, se vazio.

De navio a naufragar, saltar sem medo
Depois de enfrentar muitas tormentas,
Espumosas vagas, ondas turbulentas...
Desilusões! Da confiança um arremedo.

Da exaustão após nadar longas braçadas
Deixar-se imergir três dias e três noites.
Abre os olhos! Não te encontra cá o açoite
Neste mar de calmarias alcançadas.

Gustavo Carneiro de Oliveira
Rio, 04 de janeiro de 2022.