sexta-feira, 23 de abril de 2010

Meu coração está com pressa...

(originalmente publicado em)
Itabuna, domingo, 11 de dezembro de 2005

Texto escrito no Word às 2:16, da madrugada de 11 de dezembro de 2005, não publicado no mesmo momento devido ao site estar fora do ar.

Madrugada quente e chuvosa, clima bagunçado. Gaia enlouquece cada vez mais, deixando o clima com um ar de debaixo da minha cama! E como tudo na vida segue um determinado padrão, a loucura lá de fora reflete aqui dentro. Estou vivendo um período ruim, em todos os aspectos! Mais uma vez aquela velha conhecida sensação de quem está rodeado de gente por todos os lados, e cada dia que passa está mais sozinho...
Assustador como as pessoas se contradizem, fazem-nos crer no "pra sempre" e de repente o sopram para longe, e esquecem do próprio discurso! A ingratidão é um sentimento cruel demais! E parece estar cada dia mais presente! E a cada momento olhamos no rosto daqueles que nos rodeiam e nos questionamos "será que desta vez é verdade?". Começo a duvidar de tudo e de todos, e sinto-me esgotado! Lá fora, sob a chuva, sombras! E essas sombras batem à minha porta! Tenho medo delas. Não sei o que farão se conseguirem entrar! E a pior sensação do mundo é o não-saber! Tenho medo da incerteza que permeia meus momentos. Melhor é esperar pela tragédia do que não saber o que vem! Quando esperamos o pior, sabemos que armas teremos que usar! Mas como lutar contra aquilo cuja natureza desconhecemos?
Tenho me sentido aviltado em relação ao meu caráter, e sinto a desconfiança crescer de mim e em mim! Sinto que maior que a fraternidade é o interesse próprio! Sinto que maior que a admiração pelo outro é o egocentrismo. Sinto que maior que o amor é a falta de confiança. É hora de arrumar o armário - que não está vazio! Não quero esvaziá-lo! Não agora que eu acreditei que teria direito a viver o Bem! Não agora que pensei que eu poderia olhar para frente! Quero chorar! E se não o faço, deve ser para não acordar meus hóspedes temporários, que dormem no chão, à minha esquerda, sem sequer imaginarem o que se passa na minha cabeça.
Tomo atitudes podres, faço renascer meu lado cruel, que tanto me assombra! E tento ser compreensivo, mas há argumentos que simplesmente não me convencem! E quanto mais utilizados estes argumentos, mais diminui a minha credibilidade e esperança. E volto a duvidar do "pra sempre"! O estrago está sendo feito, mas acho que há tempo para consertar. Mas será que haverá disposição? Tenho medo de procurar essas respostas e encontrar aquilo que não estou preparado para conhecer!
Admito que sou inseguro! Admito que tenho medo de perder! Admito que às vezes me desprezo! E reconheço que posso estar com minhas idéias turbadas por esses sentimentos... Mas não sei o que fazer! E cada coisa que faço parece ser sempre a mais errada!
Hoje é um daqueles dias em que tudo que mais desejo é sumir! E deixar todos sem saber o que houve comigo. Mas não dá! Eu sempre me exponho! Eu sempre me revelo no final... final... final... Quando vai chegar? Que não demore! Porque - (Urbana Legio omnia vincit) - meu coração está com pressa!

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