segunda-feira, 11 de maio de 2020

O exercício da cidadania para além das urnas

A cidadania se exerce de forma muito mais ampla do que simplesmente votando. Ser politizado não é ter político de estimação, mas fiscalizar, incentivar ou fazer oposição às decisões tomadas em nosso nome pelos políticos que lá estão.

Se você tem uma empresa e contrata um funcionário, seu interesse não se encerra no ato da contratação. Dizer que a obrigação do cidadão acaba na hora em que aperta o botãozinho verde da urna é como dizer que você contratou alguém para deixar livre atuando à sua revelia para fazer o que vem quiser.

Não dá para colocar no mesmo balaio, como se fosse tudo a mesma coisa, quem tem político de estimação e quem defende pontos de vistas ideológicos que sejam de interesse público. A vida social demanda obrigações de todos para com todos. E isso é muito mais do que simplesmente votar ou do que defender político com unhas e dentes.

É preciso ter senso crítico para defender e rechaçar, não a pessoa de cada político, mas as decisões que eles tomam em nosso nome. Por isso que se chama esse sistema de democracia representativa: porque os caras que estão no governo devem representar nossos interesses.

Vejo diariamente alguém reclamar que odeia política ou se orgulhar de que não se envolve em discussão política. E é urgentemente necessário mudar esse pensamento de que ser apolítico ou de acreditar que cidadania se exaure no voto é coisa de gente bacana e diferentona, só porque não se envolve em conflito.

Senão, depois, você, que bate no peito com orgulho para dizer que político é tudo igual, e que, por isso mesmo, não discute, não irá poder se queixar do que fazem ou deixam de fazer as pessoas que estão lá para trabalhar em nosso nome e para atender aos nossos interesses.

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