Dias que gotejam
Em lento arrastar de passos
Desejo de que avancem
E que do futuro se faça presente
Quando o maior presente
São as horas que os sonhos
Insistem em querer congelar
Contraponto dos ponteiros
Que correm distante
E apontam avante
Do presente que se faz pretérito.
Fiquem! Mas, vão!
Paradoxo de sorrisos longevos:
Anseiam pelo amanhã
E querem no hoje o eterno,
Posto que o passado se esvai
Mas, não aparece o porvir.
Ah, se me trouxesse a noite
Horas sonolentas!
Que olhos cerrados aos dias vindouros
Almejam apagar o brilho
De segundos preciosos que foram a galope?
Iroko, planta aqui tua gameleira
E guarda os minutos que já foram,
Dentro dos quais sorrisos se fizeram.
Devora, Cronos, as manhãs que não vieram,
Digere a ansiedade e ao fim do dia sexto
Regurgita a pacatez
Do abraço que tempo algum
Intenta separar.
Rio, 03.08.2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário