domingo, 6 de janeiro de 2019

Algibeira

Algibeira

Guarda memórias na tua algibeira 
Quando é noite e o frio te abraça.
Posto que, ao veres vazios teus bolsos,
Sentirás plena tu'alma, imersa
Nas lembranças de olhos que sorriem.

Guarda e rememora: feliz encontro
Entre o pretérito perfeito
E o conjugar dos verbos todos,
Em tempos, modos e pessoa singular.

Tira do bolso a paz e a doce ausência,
Pois te ronda o sono e faz-se tarde.
Sonha! Quando a saudade te contorna,
Põe-te vulnerável: emoção eruptiva
Como gêiseres que brotam.

Deixa te enlevar, do forro da casaca
Trazido à tona por dedos curiosos,
Alegria vaga de quem traz consigo
Recordações, desvarios, devaneios
Que felicidade alguma ousa pôr fim.

Rio, 11 de julho de 2018.

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