Inquietação
Tardam-se as horas, tarda-se o sono!
Arde em brasa o natural leniente.
E aromatiza o gelo que adentra
Em cada fresta, cada vão, cada canto
Com fragrâncias de fresco capim.
Nenhum braço o abraça no frio
Obsceno que lambe seus pés.
Horas avançam, sono não chega,
Mente vagueia nas horas do porvir:
Que surpresa lhe reserva o alvorecer
Quando o dia que chega trouxer consigo
Sorriso acanhado de quem mira nos olhos?
Dorme antes da aurora! Não te cansas?
(Diz de si mesmo para consigo)
Tardam-se as horas, tarda-se o sono!
Todavia é na singeleza das palavras doces
Onde anseia repousar
Quando for presente o futuro
E se esconder o Sol que ainda não nasceu.
Rio, 31 de julho de 2021.
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