terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Não morreu. Que pena!

Nesta semana um amigo me mandou uma imagem onde estava escrito "a monogamia está morta?". Imediatamente respondi "infelizmente não". Não monogâmico há quase uma década, houve um período em que eu dizia, no mais alto engodo liberal do respeito às liberdades individuais, que não via nenhum problema na existência da monogamia, desde que cada um vivesse suas relações em paz. Claro, o pensamento típico de quem acredita na individualização das condutas e ignora as estruturas sobre as quais uma sociedade se mantém.

Hoje, vendo a monogamia como uma dessas estruturas de dominação a serviço do capital, sendo uma forma hegemônica de relacionar-se, penso que se trata de um sistema de regras que precisa ser abolido. A monogamia se pauta no domínio de corpos, na concorrência, na competição, exatamente como são as formas do capital, além de perpetuar o ideal de família de tradicional, que nada mais é senão uma forma de produção de mão de obra para alimentar o capitalismo, não sendo plausível a sua manutenção enquanto elemento estruturante desta sociedade nociva.

Então, mantenho hoje meu posicionamento de que a monogamia, como um sistema hegemônico de relações, apropriado pelo capital, constituído desde então para ser uma fábrica de trabalhadores, pautado na ideia de que o ser humano é uma mercadoria, é uma mazela, sim, e que passa da hora de ser destruída.

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