Quando o objetivo é
eliminar preconceitos, o processo de desconstrução é muitas vezes - senão
sempre - bem-vindo.
No entanto, como em
qualquer forma de quebra de paradigmas, é preciso ser parcimonioso, ponderado
no julgamento do que deve ser extirpado, por ser fator de alimentação dos
preconceitos contra os quais se está lutando, e o que consiste apenas em
conceitos, atitudes, pensamentos ou ideias, desprovidos de quaisquer
julgamentos de valor.
Do contrário, esta
busca indiscriminada pela iconoclastia pode se revelar uma imposição de um
ponto de vista, uma ditadura disfarçada, resguardada pelo falso discurso de
revisão axiológica que nada mais faz senão
inverter polos, trazendo para o oprimido o discurso do opressor, e para
o suposto opressor o papel do oprimido.
Bom senso é
fundamental. Nem todo muro precisa ser derrubado, porque contenção nem sempre é
prisão. Isto é democrático: reconhecer que o outro pode querer ser diferente de
você sem que para o outro aquilo que você é signifique algo menor, pior ou
inferior.
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