quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Descrença


(originalmente publicado como postagem no meu perfil do Facebook em 11 de novembro de 2015)

Faz-me falta o não-pensar. O pequeno interruptor de desligar o raciocínio lógico, coerente, irritantemente analítico.

Não preciso de mais emoção. Percebi, finalmente, que tenho de sobra razão e emoção e que as duas coisas não se excluem mutuamente como sempre achei que fosse (achismo este que sempre me conduziu a um muro instransponível todas as vezes em que tentei explicar este tipo de dualidade que trago desde tempos atrás).

Não, não é emoção que me falta. É fé. Esta descrença que me acompanha, sentada sobre os meus ombros, começa a pesar. Esta sim, perde lugar para o pensamento e a racionalidade. E eu queria não pensar mais. Quero poder apenas fechar os olhos e pular de cabeça, sem pensar na intensidade da colisão, mas não necessariamente deixando de sentir o vento no rosto. Apenas acreditando que o fim da linha seria tenro. Sem precisar sopesar fatores e números. Sem precisar ver. Apenas crer. Que sim. Porque sim. Ter fé para aceitar o não-compreensível, para compreender o não-explicável. Para não ter que pensar. Apenas deixar fluir. E sorrir por levar uma certeza calcada sobre nada.

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