Se
É como se no entorno tudo se esvaísse
O sonho resvalasse, o mundo se extinguisse
A estrada acabasse, o muro então ruísse
O sol que nos fritasse, a chuva não caísse
A luz se apagasse, a alma não sorrisse
A noite clareasse, o som não se ouvisse
A fome aumentasse, o chão que se abrisse
A morte que chegasse, o filho que partisse
A dor não se curasse, o pássaro fugisse
O monte desabasse, a espada brandisse
A criança clamasse, a mãe não permitisse
A vida que passasse, o olho que nao visse
Então todos chorassem, mas ninguém acudisse
E eu não me importasse. E eu não mais sentisse.
Rio, 10/03/2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário