segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Terapia

Sim, eu tenho minhas manias, minhas loucuras, minhas neuroses... Tenho mania de organização, não exatamente de limpeza, o que não significa que eu não seja asseado. Gosto das coisas limpas também. Porém, até tolero, desde que por pouco tempo, uma estante empoeirada com maior facilidade com que suporto uma estante com livros fora do lugar onde os coloco.

Talvez eu até precise de tratamento, de terapia para superar minha mania de catalogar, ordenar por cor, por data, por ordem alfabética... Porque realmente, apenas para dar um exemplo, um livro deixado fora do lugar onde o coloquei me atinge os nervos com a mesma violência com que dois aviões se chocam no ar.

Até penso em fazer terapia, pois não sou do tipo de pessoa que nega as próprias sandices. Acho que já passei da fase da negação. Hoje, reconheço o tamanho da minha anormalidade.

Mas, sempre que penso em encontrar um analista, pergunto-me se seria mesmo coerente enfrentar durante meses, anos, talvez décadas, um desgastante processo de autoconhecimento, que poderá, inclusive, me revelar coisas das quais eu nem gostaria de tomar ciência; penso em todo o dinheiro e todo o tempo que não tenho e que eu precisaria despender para ter horas intermináveis de sessões de terapia, para conseguir lidar com a frustração de ter um livro fora do lugar na prateleira.

Penso nessas coisas todas e me questiono se tudo isto será mesmo necessário, quando é muito mais fácil, rápido, prático e eficiente devolver a porra do livro ao mesmo lugar de onde foi tirado.

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