terça-feira, 18 de junho de 2013

Polícia também é povo!

O povo briga entre si – dividido entre manifestantes e baderneiros, e a PM, inicialmente designada para controlar o movimento foi tão algoz como vítima. Há um consenso de que os vândalos inseridos no grupo de manifestantes não são bem-vindos. No entanto, para justificar os atos de uma das partes, parece que se faz necessário corromper os da outra. Assim, o que se vê é a PM acusando os manifestantes de vandalismo e os manifestantes acusando a PM de truculência.

A PM – enquanto corporação estatal, coesa e unificada – estava ali para conter os grupos dissidentes, proteger os manifestantes e assegurar o direito constitucional de manifestação popular. E não vou aqui incitar as acusações dizendo quem começou o quê!

Fato é que, dentro da PM, há os filhos da puta que andam na contramão da organização e partem para a violência desmedida, dando choques elétricos em manifestantes pacíficos. Mas, da mesma forma, dentro da massa revolucionária, há os agitadores da violência, que incitam atos de vandalismo, depredação do patrimônio e agressão!

Precisamos todos – e já! – parar de nos acusarmos mutuamente e generalizarmos os grupos, tomando o gênero pela espécie. Não podemos mais continuar com essa metonímia acusatória! Separemos o joio e o trigo e aprendamos a reconhecer que há baderneiros nos dois lados.

A Polícia apoia o movimento, desde que não haja pessoas armadas e a manifestação seja pacífica, mas como combater o perturbador da ordem que se infiltra na massa e covardemente ataca os policiais, como já ocorreu? Sim, isto aconteceu! EU VI! Aquele soldado, comandante, ou sei lá qual sua patente, que deu choques elétricos nos passantes em São Cristóvão neste domingo último não representa a categoria policial, da mesma forma que o trombadinha que atirou pedras nas vidraças da ALERJ na data de ontem não representa os manifestantes!

O que vejo na Internet e na boca das pessoas com quem converso é que há sempre dois lados contrapostos, como se fossem grupos mutuamente excludentes: os policiais e os revoltosos. E se você é amigo da PM, é traidor do movimento! Da mesma forma, se milita em favor da causa revolucionária, é vítima da PM!

Mas, não é assim que a banda toca! Policial também é povo. Manifestante também preza pela ordem. Então, em vez de ficarmos disputando uns contra os outros, devemos nos juntar! A polícia, os bombeiros, todos já necessitaram do apoio do povo num momento bem recente da nossa história. Bombeiros foram presos por organizarem greve e o povo onde ficou? Da mesma forma, agora, o povo precisa da Polícia!

Agora era a hora de haver uma união entre estas duas categorias: manifestantes e policiais. Da mesma forma que houve agressões injustas por parte dos baderneiros infiltrados nos manifestantes, houve agressões injustas por pessoas sem caráter infiltradas na polícia. Deveria haver combate de ambos os tipos, em ambos os grupos. E os representantes de fato destes dois grupos deveriam estar de mãos dadas. A polícia séria deveria assegurar a manifestação séria, garantindo sua segurança e combatendo tanto os policiais sórdidos quanto os manifestantes sórdidos. Da mesma forma, os manifestantes sérios deveriam fazê-lo, expulsando de seu grupamento aqueles que fossem detectados traindo o movimento legítimo em nome da anarquia desmedida e do caos.

Assim, talvez, quando o Governo se apercebesse de que não poderia mais contar com a população que o elegeu, tampouco com o apoio da polícia, mudanças sociais começariam a acontecer. Porque não existe força na cisão. É na união que a encontramos!

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