A PM – enquanto corporação estatal,
coesa e unificada – estava ali para conter os grupos dissidentes, proteger os
manifestantes e assegurar o direito constitucional de manifestação popular.
E não vou aqui incitar as acusações dizendo quem começou o quê!
Fato é que, dentro da PM, há os
filhos da puta que andam na contramão da organização e partem para
a violência desmedida, dando choques elétricos em manifestantes
pacíficos. Mas, da mesma forma, dentro da massa revolucionária, há
os agitadores da violência, que incitam atos de vandalismo,
depredação do patrimônio e agressão!
Precisamos todos – e já! – parar
de nos acusarmos mutuamente e generalizarmos os grupos, tomando o
gênero pela espécie. Não podemos mais continuar com essa metonímia
acusatória! Separemos o joio e o trigo e aprendamos a reconhecer que
há baderneiros nos dois lados.
A Polícia apoia o movimento, desde que não haja pessoas armadas e a
manifestação seja pacífica, mas como combater o perturbador da ordem que se
infiltra na massa e covardemente ataca os policiais, como já ocorreu? Sim,
isto aconteceu! EU VI! Aquele soldado, comandante, ou sei lá qual
sua patente, que deu choques elétricos nos passantes em São
Cristóvão neste domingo último não representa a categoria
policial, da mesma forma que o trombadinha que atirou pedras nas
vidraças da ALERJ na data de ontem não representa os manifestantes!
O que vejo na Internet e na boca das
pessoas com quem converso é que há sempre dois lados
contrapostos, como se fossem grupos mutuamente excludentes: os
policiais e os revoltosos. E se você é amigo da PM, é traidor do
movimento! Da mesma forma, se milita em favor da causa
revolucionária, é vítima da PM!
Mas, não é assim que a banda toca!
Policial também é povo. Manifestante também preza pela ordem.
Então, em vez de ficarmos disputando uns contra os outros, devemos
nos juntar! A polícia, os bombeiros, todos já necessitaram do apoio
do povo num momento bem recente da nossa história. Bombeiros foram
presos por organizarem greve e o povo onde ficou? Da mesma forma,
agora, o povo precisa da Polícia!
Agora era a hora de haver uma união
entre estas duas categorias: manifestantes e policiais. Da mesma forma que
houve agressões injustas por parte dos baderneiros infiltrados nos
manifestantes, houve agressões injustas por pessoas sem caráter
infiltradas na polícia. Deveria haver combate de ambos os tipos, em
ambos os grupos. E os representantes de fato destes dois grupos
deveriam estar de mãos dadas. A polícia séria deveria assegurar a
manifestação séria, garantindo sua segurança e combatendo tanto
os policiais sórdidos quanto os manifestantes sórdidos. Da mesma
forma, os manifestantes sérios deveriam fazê-lo, expulsando de seu
grupamento aqueles que fossem detectados traindo o movimento legítimo
em nome da anarquia desmedida e do caos.
Assim, talvez, quando o Governo se apercebesse de que não poderia mais contar com a população que o elegeu, tampouco com o apoio da polícia, mudanças sociais começariam a acontecer. Porque não existe força na cisão. É na união que a encontramos!
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