domingo, 22 de março de 2015

A se perder de si

Entrou no táxi apressado, com a respiração ofegante, entrecortada apenas pelos tremores de suas mãos.
- Para onde, senhor?
- Para qualquer lugar onde não haja qualquer traço de autoconhecimento.
Parou em frente a uma espelunca, entrou sem olhar para os lados e sentou. Revirou o menu sem saber ao certo o que pedir. O garçom se aproximou.
- Por favor, alguma coisa, qualquer coisa, que me faça perder a consciência de mim mesmo e a capacidade de racionalizar. Mas, que me mantenha acordado e me permita voltar para casa. Não vi no cardápio.
- Algo mais, senhor?
- Dose dupla. Sem gelo. Obrigado.

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