segunda-feira, 31 de outubro de 2022

É nossa a responsabilidade pela mudança

Desculpe-me por interromper o barulho da sua comemoração. Tô passando aqui rapidinho pra te lembrar que a derrota do Bolsonaro não é a derrota do bolsonarismo. O bolsonarismo é maior, muito maior que Bolsonaro. O bolsonarismo é o fascismo 2.0, e, para quem não lembra, o fascismo é um movimento de massas.

Há uma horda de 58 milhões de eleitores que escolheram o caminho do fascismo. Desses, uma parte é desinformada e atua como massa de manobra, defendendo o canalha com boa fé, acreditando em seu discurso demagogo. Precisamos atuar com dedicação e afinco para levar informação a essas pessoas e tirar-lhes a venda dos olhos. E É NOSSA RESPONSABILIDADE, SIM, FAZER ISSO.

E, há também uma parte que se identifica de fato com as ideologias excludentes da extrema direita. Esses, precisamos eliminar. Não falo aqui sobre matar pessoas, mas sobre eliminar enquanto classe organizada. É preciso desorganizar essa gente, tirar deles o poder político e a influência.

Esses reacionários ainda nos darão muito trabalho pelos próximos anos. Não é hora de descansar. É preciso muita organização e disciplina para derrotar o bolsonarismo, se não quisermos trazer de volta o fantasma que uma votação apertada afastou por um momento, mas que nunca deixou de estar à espreita, apenas aguardando a próxima crise do capital para trazê-lo de volta.

Nossas armas são a palavra e o convencimento. Nossa guerra é pela informação. Informe-se e multiplique a informação. Dialogue, esclareça, mostre fatos. Ainda que a tática não funcione com o fascista raiz, é a única coisa de que dispomos para tentar convencer aquele tio ou aquela prima que acolhem pessoas LGBT, defendem imigrantes, brigam por uma sociedade antirracista e que, mesmo com toda essa boa vontade, foram enganados pela sordidez do discurso bolsonarista que lhes prometeu um futuro brilhante, enquanto escondeu deles que eles eram o alvo e não a arminha com as mãos que fizeram para Cristo.

domingo, 30 de outubro de 2022

Alívio, não felicidade

O momento é de alívio. Não de felicidade. É deprimente pensar que a extrema direita ainda tem 49% de força nesse país. É deprimente pensar que a extrema direita ataca um Estado que algumas esquerdas se obrigam a defender, quando era para sermos nós os interessados em destruir esse Estado. É deprimente pensar que a extrema direita se organiza, se une. E muitas esquerdas defendem as eleições como horizonte. O momento é de alívio. Um respiro no meio de tanta asfixia. Um rápido respiro. Vamos esperar uma reação violenta dos derrotados. Nos próximos dois farão de tudo para que Lula não tome posse. E nós, esquerdistas, se os derrotados fôssemos nós, faríamos o mesmo para impedir a posse de um fascista? Sabemos a resposta. E essa resposta nos revela que já estamos derrotados. Tempos sombrios estão por vir. Respiramos hoje porque amanhã, como diria o poeta, precisaremos estar atentos e fortes, sem muito tempo de temer a morte.

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Não há nada para comemorar

NÃO HÁ NADA PARA COMEMORAR.

Não há qualquer motivo para clima de festinha se Lula for eleito. E se domingo à noite rolar esse clima festivo e o ânimo for o de "acabou, vencemos" eu certamente vou ficar muito puto.

Estou observando quem está se dedicando até a alma a eleger o Lula nesse segundo turno mas não moveu um dedo para conscientização política nos últimos quatro anos. Gente que me apontou o dedo na cara para me chamar de "radical demais", de "extremista", de "irracional" porque passei os últimos anos me esgoelando para espalhar um pouco de senso crítico e que agora se desdobra em mil para fazer campanha para o Lula.

Vitória de Lula com Alckmin como vice não é motivo para comemorar. É a derrota política em função do personalismo, que põe o candidato como mais importante que o projeto. Não há nada a ser comemorado quando o projeto neoliberal e o fascismo são nossas únicas opções em um segundo turno.

Vitória sobre o fascismo é importante, sim, desde que a luta prossiga rumo à emancipação da classe trabalhadora. Derrubar o fascismo para manter o neoliberalismo é apenas dar um tempo. O fascismo é CONSEQUÊNCIA do capitalismo quando a crise aperta. E a crise é inerente ao capitalismo. Vai voltar e vai trazer o fascismo de volta. Sempre será assim enquanto houver capitalismo. Sempre será assim enquanto houver neoliberalismo. Não há nada que se comemorar. A derrota já foi imposta. A vitória do Lula, uma derrota menos dolorida, mas ainda assim, uma derrota.

quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Sua inércia é conivente

O post da pessoa que se julga A Iluminada da Paz:

"Quando não gosto da postagem de alguém não comento, não curto, não compartilho, não brigo, e sigo adiante sem confusão."

A mensagem por trás:

"Com a minha inércia, permito que se propague desinformação e mentira, mantendo pessoas no estado de alienação que cria um cenário que nos adoece mentalmente e corrói o tecido social, e tudo isso porque decidi olhar só o meu umbigo, sem me dar conta de que uma sociedade esgarçada tira também a minha paz, que eu achava que teria ao ignorar as bobagens postadas pelos outros."