quarta-feira, 14 de junho de 2023

O sistema vigente é LGBTIfóbico

Amiguinhe LGBTQIA+, o sistema vigente não te quer senão para consumir e ser mão de obra barata. Pare de se esforçar tanto para integrar esse sistema fingindo que sua existência não é em si mesma uma afronta a tudo que está posto. É preciso romper com a heteronormatividade e levantar nossas pautas a partir da nossa realidade e não da que a heteronorma quer nos atribuir. Tamo junte!
 
"Guto, não entendi nada, dá um exemplo do que você quis dizer para ver se fica mais claro."

1. Casamento monogâmico não foi inventado para você, gay. Para que se esforçar tanto para construir um padrão de vida que te exclui na sua gênese, em vez de usar sua energia para subverter essa norma?

2. Masculinidade — seja lá o que isso significa — como um valor socialmente estabelecido, já te exclui por sua própria definição. Então, force um pouco menos sua masculinidade porque você não será mais desejado por isso, por uma sociedade pautada na exclusão de quem você é. Pra ficarmos em apenas dois exemplos.

3. "Tudo bem ser gay, mas precisa dar pinta?" Em vez de responder que precisa, devolvo o questionamento. Por que não? Quando negamos a possibilidade de uma pessoa expressar sua existência na forma que lhe convém, estamos reconhecendo uma forma padrão de ser, que não engloba todos os corpos e suas diversidades. Isso é a cultura hegemônica, a mesma que exclui corpos LGBTQIA+ que se encontram privados da capacidade de consumir. É puro idealismo dizer que "o correto é". O que é o que a materialidade nos mostra. E a materialidade nos mostra que pessoas pintosas existem. Tentar encaixá-las numa caixinha de masculinidade é violência por negar o que elas são e ponto final.

Ao forçar trejeitos "adequados", engrossando a voz para parecer másculo ou travando as mãos para "não desmunhecar", o gay está tentando ser assimilado, ou seja, tentando integrar-se a um sistema vigente de pensamentos, comportamentos e crenças. Isso parte de uma valoração de um conjunto de ideias e formas, impostos pelas classes dominantes na sociedade, que são tidos como "a forma correta de ser". Se você sabe que sua existência não é um erro, então não é você quem deve negar a si mesmo para se assimilar. É o sistema quem precisa ser destruído para que seja criado um outro que lhe caiba.

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