terça-feira, 10 de outubro de 2023

A mídia burguesa e a desumanização dos palestinos

Já vi na mídia burguesa fotos, nomes e história de vida de duas das vítimas da reação palestina aos ataques promovidos há setenta e cinco anos pelo Estado de Israel. Fazem questão de mostrar que, por trás de uma estatística, havia pessoas de carne e osso, que morreram por uma reação que não teria acontecido se não tivesse havido um processo colonizador extremamente cruel de toda uma população palestina, submetida a todo tipo de humilhação por parte dos israelenses.

Alguém lembra do rosto, do nome ou da história de alguma das vítimas do Estado de Israel? Duvido. A mídia burguesa não vai mostrar. E aí se dá o processo de desumanização dos palestinos, cujas histórias não são compartilhadas conosco. O que não é visto não lembrado. E assim a mídia transforma em números uma existência humana, para impedir qualquer tipo de identificação com a vítima.

Os mortos de lá são "jovens", "com sonhos", "civis". Os mortos de cá, os vivos de lá chamam de "terroristas".

Aliás, o que a mídia burguesa chama de "guerra" eu prefiro chamar de "massacre". Não há equivalência bélica entre Israel e Palestina para que possamos chamar de guerra um conflito que desde 2008 até antes deste último final de semana matou 6.300 palestinos, ferindo outros 150 mil, enquanto 300 israelenses foram mortos e outros 6.300 foram feridos.

Fica a lição: não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor.

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