sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Não há nada para comemorar

NÃO HÁ NADA PARA COMEMORAR.

Não há qualquer motivo para clima de festinha se Lula for eleito. E se domingo à noite rolar esse clima festivo e o ânimo for o de "acabou, vencemos" eu certamente vou ficar muito puto.

Estou observando quem está se dedicando até a alma a eleger o Lula nesse segundo turno mas não moveu um dedo para conscientização política nos últimos quatro anos. Gente que me apontou o dedo na cara para me chamar de "radical demais", de "extremista", de "irracional" porque passei os últimos anos me esgoelando para espalhar um pouco de senso crítico e que agora se desdobra em mil para fazer campanha para o Lula.

Vitória de Lula com Alckmin como vice não é motivo para comemorar. É a derrota política em função do personalismo, que põe o candidato como mais importante que o projeto. Não há nada a ser comemorado quando o projeto neoliberal e o fascismo são nossas únicas opções em um segundo turno.

Vitória sobre o fascismo é importante, sim, desde que a luta prossiga rumo à emancipação da classe trabalhadora. Derrubar o fascismo para manter o neoliberalismo é apenas dar um tempo. O fascismo é CONSEQUÊNCIA do capitalismo quando a crise aperta. E a crise é inerente ao capitalismo. Vai voltar e vai trazer o fascismo de volta. Sempre será assim enquanto houver capitalismo. Sempre será assim enquanto houver neoliberalismo. Não há nada que se comemorar. A derrota já foi imposta. A vitória do Lula, uma derrota menos dolorida, mas ainda assim, uma derrota.

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