domingo, 30 de outubro de 2022

Alívio, não felicidade

O momento é de alívio. Não de felicidade. É deprimente pensar que a extrema direita ainda tem 49% de força nesse país. É deprimente pensar que a extrema direita ataca um Estado que algumas esquerdas se obrigam a defender, quando era para sermos nós os interessados em destruir esse Estado. É deprimente pensar que a extrema direita se organiza, se une. E muitas esquerdas defendem as eleições como horizonte. O momento é de alívio. Um respiro no meio de tanta asfixia. Um rápido respiro. Vamos esperar uma reação violenta dos derrotados. Nos próximos dois farão de tudo para que Lula não tome posse. E nós, esquerdistas, se os derrotados fôssemos nós, faríamos o mesmo para impedir a posse de um fascista? Sabemos a resposta. E essa resposta nos revela que já estamos derrotados. Tempos sombrios estão por vir. Respiramos hoje porque amanhã, como diria o poeta, precisaremos estar atentos e fortes, sem muito tempo de temer a morte.

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